quarta-feira, 11 de junho de 2008

Indo mais além dos press-releases...e tocar no marketing

Hoje em dia vivemos numa sociedade em que temos de marcar pela diferença.
Tal como aprendemos nas aulas de Estratégias de Comunicação, essencialmente no primeiro semestre, quando alguma empresa ou organização quer fazer chegar a sua mensagem à massa, tem de a fazer chegar primeiro aos meios de comunicação de massa.
Só eles "ajudam" a que a mensagem, o objectivo, seja concretizado na sua plenitude.
Mas...e tal como nos foi explicado variadíssimas vezes, às redacções chegam inúmeros press-realeases, ou seja, inúmeras mensagens que as organizações gostariam de ver difundidas.

Um press-realease, no meu entender, e de forma muito suscinta, não é mais do que uma mensagem, premeditada, com o objectivo de fazer valer, ou melhor, de proliferar a mensagem que gostaríamos de ver difundida. Assim sendo, e sendo ela premeditada, na minha opinião começa a perder um pouco o seu interesse. O jornalista gosta de pesquisar a sua informação... O jornalista gosta de saber de escândalo...O jornalista gosta de ser a sua própria fonte e não de esperar por fontes alheias...que o trabalho lhe chegue à mão.
Tal como vemos inúmeras vezes quer no primeiro semestre, quer no segundo semestre da serie "Os Homens do Presidente", o jornalista gosta de estar sempre em cima do acontecimento, procurar a informação, e não esperar que ela lhe chegue de mão beijada.

É pois, na minha opinião, no desgaste ou no uso exacerbado de press-releases que surge aquilo a que se chama o marketing, ou as estratégias de marketing.
No marketing tudo é mais objectivo...tudo é pensado ao pormenor:
- Desde a melhor mensagem para atingir o objectivo, até ao melhor meio de comunicação que atingirá os targets que queremos.
Pensar no publico alvo, pensar na concorrência e no que temos melhor que eles, construir um bom brainstorming, optar por um slogan curto e bastante objectivo com uma boa melodia para que fique facilmente na cabeça e ganhe notoriedade, entre outras, são as fases mais importantes para se consolidar um bom plano de marketing, uma boa estratégia, que nos levará certamente a triunfar.

Um bom exemplo de uma boa campanha publicitária, ou melhor, de um bom plano de marketing, foi por exemplo a campanha da Coca-Cola no seu novo produto Aquarius. Em vez de optar por distribuir garrafas, ou latas do seu produto, optou por, na cidade invicta, mais propriamente nos Aliados, colocar um enorme cubo de gelo repleto do seu produto, obrigando a que as pessoas esperassem que o cubo derretesse, ou, por sua vez, fossem aos poucos e poucos partindo o cubo de gelo. Boa estratégia sem dúvida, porque acho que jamais alguém irá esquecer o sacríficio que teve para conseguir uma lata de sumo. Será ridicula para muitas pessoas como eu ouvi na altura em que isso aconteceu... talvez... mas a verdade é que ficaram com a "aquarius" na cabeça, e da proxima vez que virem aquele produto em algum sitio, irão certamente lembrar-se das peripécias que passaram para conseguir a conseguir alcançar...e ... se o produto foi bom, irão certamente lembrar-se do prazer que tiveram em ingeri-lo e certamente irão experimentar novamente. O que leva à maximização dos lucros...
Ou seja, objectivo de marketing seja ele qual for, é a maximização dos lucros.
Logicamente que no marketing político o objectivo não é a maximização do LUCRO em si, mas sim a maximização de RESULTADOS. De resultados políticos. De resultados baseados em campanhas bem estruturadas.

No marketing político optei por fazer algumas pesquisas sobre algum caso mediático, e , encontrei um caso que não conhecia de todo mas que achei bastante interessante.
É o caso de Fernando Collor Mello e a sua campanha presidencial .
Tratou-se do primeiro caso de uso do marketing político no Brasil.
Depois de 21 anos a viverem em ditadura, o povo brasileiro poderia agora optar pela escolha de um presidente, escolhido por maioria dos votos do povo.
Fernando usou uma estratégia muito simples, que é o que vemos hoje em dia a ser usado por toda a gente. Interagir com a sociedade, perguntar quais as suas necessidades, quais os seus desejos, e prometer cumprir tudo isso. Ou seja, não é mais do que a Comunicação Empresarial faz quando quer lançar um produto. Saber quais as expectativas do consumidor, saber o que o consumir quer, o que procura, para assim os resultados serem fidedignos ao que se pretende.

Como vemos, o press-release, não passou de moda, logicamente que não, mas há sem duvida maneiras mais subtis de chegar à massa, e de atingir o objectivo primordial.

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